terça-feira, 8 de maio de 2012

Sem borboletas nem estrelas




Às vezes o tempo parece inerte, estático; todos estão em movimento, mas eu não. Vejo água jorrar da fonte. Rostos passeiam, vêm e vão.

As árvores bailam conduzidas pelo vento que, livre, desloca-se por onde bem entende, mas eu não. Os pássaros bebem da água cristalina que flui e voam na carona do vento que lhes balança as penas, mas eu não.

Sinto-me a estátua da praça, parado, sem movimento. Apenas os olhos contemplam a vida dinâmica e ativa dos demais. Agora, até as plantas parecem mais vivas do que eu. Pelo menos elas recebem visitas constantes das belas borboletas que vão sentir seu delicioso perfume.

Vejo o sol nascer tímido, em plena força ao meio dia e o vejo retirar-se cansado enquanto a lua vai dando o ar da sua graça. Vejam a lua! Até ela possui companhia na noite fria. As estrelas piscam e sorriem para ela, a dama vestida de prata retribui-lhes o sorriso com seu brilho, o qual busca iluminar os namorados conversando sentados no banco da praça.

Em noite fria, ao charme do luar, estrelas na plateia, perfeito momento para estar acompanhado de um belo sorriso e um abraço duradouro. Mas segue a vida estática, inerte, sem vento nem carona, sem borboletas nem estrelas, sem a bênção da lua. Que venha logo o calor da manhã e termine com essa noite solitária.