Às
vezes o tempo parece inerte, estático; todos estão em movimento, mas eu não. Vejo
água jorrar da fonte. Rostos passeiam, vêm e vão.
As
árvores bailam conduzidas pelo vento que, livre, desloca-se por onde bem
entende, mas eu não. Os pássaros bebem da água cristalina que flui e voam na carona
do vento que lhes balança as penas, mas eu não.
Sinto-me
a estátua da praça, parado, sem movimento. Apenas os olhos contemplam a vida
dinâmica e ativa dos demais. Agora, até as plantas parecem mais vivas do que
eu. Pelo menos elas recebem visitas constantes das belas borboletas que vão sentir
seu delicioso perfume.
Vejo
o sol nascer tímido, em plena força ao meio dia e o vejo retirar-se cansado
enquanto a lua vai dando o ar da sua graça. Vejam a lua! Até ela possui
companhia na noite fria. As estrelas piscam e sorriem para ela, a dama vestida
de prata retribui-lhes o sorriso com seu brilho, o qual busca iluminar os
namorados conversando sentados no banco da praça.
Em
noite fria, ao charme do luar, estrelas na plateia, perfeito momento para estar
acompanhado de um belo sorriso e um abraço duradouro. Mas segue a vida
estática, inerte, sem vento nem carona, sem borboletas nem estrelas, sem a
bênção da lua. Que venha logo o calor da manhã e termine com essa noite
solitária.