Ter
consigo mesmo é dar-se o direito de fazer o que
quiser, naquele exato momento, ali, na hora, nunca depois. Sabe como é? Eu
mereço!
Ter
consigo mesmo é dar-se o direito de olhar-se no
espelho, logo pela manhã chuvosa e fria que faz lá fora, os olhos vermelhos,
cabelos rebeldes, roupas desarrumadas, meias furadas, e decidir sem pensar duas
vezes: vou ficar em casa...não...em casa, não...vou ficar no meu quarto.
Ter
consigo mesmo é dar-se o direito de revogar o direito
acima, abrindo uma exceção somente para uma rápida ida à geladeira e catar algo
para comer.
Ter
consigo mesmo é tornar-se autoanalítico, autocrítico,
ou qualquer outro “auto” que lhe faça pensar que esse é o seu momento...de mais
ninguém.
Ter consigo mesmo é folhear as páginas de um livro, com um olhar desfocado, como quem parece estar folheando os pensamentos e as lembranças.
Ter
consigo mesmo é tornar-se egoísta, egocêntrico, ou
qualquer outro “ego” que lhe permita viver só para si mesmo.
Ter
consigo mesmo é esse momento em que você tira um
tempo para refletir sobre a vida, chorar por nada, agradecer por tudo, lembrar-se
do esquecido, esquecer-se do infortúnio, cuidar de si mesmo e firmar metas que
jamais serão alcançadas (vou emagrecer, vou malhar, vou ver os filmes que ainda
não consegui assistir, vou estudar, vou trabalhar pra valer, vou parar de gostar de quem não gosta de mim).
Ter
consigo mesmo é ter o direito de acreditar que tudo
isso é uma tremenda balela...é querer fechar esse “Blog idiota” e encerrar-se
dentro si em pensamentos que te levarão a pensar: “realmente, é exatamente
assim”.