sexta-feira, 18 de maio de 2012

Ter consigo mesmo




Ter consigo mesmo é dar-se o direito de fazer o que quiser, naquele exato momento, ali, na hora, nunca depois. Sabe como é? Eu mereço!

Ter consigo mesmo é dar-se o direito de olhar-se no espelho, logo pela manhã chuvosa e fria que faz lá fora, os olhos vermelhos, cabelos rebeldes, roupas desarrumadas, meias furadas, e decidir sem pensar duas vezes: vou ficar em casa...não...em casa, não...vou ficar no meu quarto.

Ter consigo mesmo é dar-se o direito de revogar o direito acima, abrindo uma exceção somente para uma rápida ida à geladeira e catar algo para comer.

Ter consigo mesmo é tornar-se autoanalítico, autocrítico, ou qualquer outro “auto” que lhe faça pensar que esse é o seu momento...de mais ninguém.

Ter consigo mesmo é folhear as páginas de um livro, com um olhar desfocado, como quem parece estar folheando os pensamentos e as lembranças.

Ter consigo mesmo é tornar-se egoísta, egocêntrico, ou qualquer outro “ego” que lhe permita viver só para si mesmo.

Ter consigo mesmo é esse momento em que você tira um tempo para refletir sobre a vida, chorar por nada, agradecer por tudo, lembrar-se do esquecido, esquecer-se do infortúnio, cuidar de si mesmo e firmar metas que jamais serão alcançadas (vou emagrecer, vou malhar, vou ver os filmes que ainda não consegui assistir, vou estudar, vou trabalhar pra valer, vou parar de gostar de quem não gosta de mim).

Ter consigo mesmo é ter o direito de acreditar que tudo isso é uma tremenda balela...é querer fechar esse “Blog idiota” e encerrar-se dentro si em pensamentos que te levarão a pensar: “realmente, é exatamente assim”.